Leonardo Ferreira
O prefeito do Pilar, Renato Filho, foi o entrevistado da última semana no programa (a)ponte, da Folha com a Band, e afastou qualquer rumor de que se arrependeu de se filiar ao MDB, apesar de não ter sido escolhido como candidato ao governo em 2022. Na entrevista, ele também abordou seus planos políticos e a rixa em Atalaia envolvendo a prefeita Cecília Herrmann e a vice Camyla Brasil.
“Eu sempre tive um governo parecido com o do Renan Filho, inclusive temos uma relação muito próxima. E em alguns modelos de gestão, eu sempre o acompanhei. Ele fez grandes investimentos no município e seria, da minha parte, uma contramão eu não estar seguindo junto com ele. Então eu não me arrependo daquela atitude, que era seguir o caminho com o MDB”, disse.
Renato deixou claro que foi uma decisão pessoal. Já sobre se candidatar ao governo em 2026, ele disse que um projeto como esse não depende apenas da vontade própria, mas que estará à disposição do MDB para ajudar no que for necessário.
“Vamos passar agora pela eleição municipal onde será muito importante para nosso grupo político. Vamos participar de eleições em outros municípios, fortalecer nosso grupo e também levar boas ações”, afirmou o prefeito.
Renato Filho citou a base sólida em diversas cidades da sua mãe, a deputada Fátima Canuto, bem como que vai apoiar candidaturas estratégicas para o grupo, a exemplo das reeleições de George Clemente em São Miguel dos Campos e Cecília em Atalaia.
“Nós também estamos discutindo com nosso grupo político em Marechal Deodoro o melhor caminho que possa atender ao que o deodorense merece. Não existe um apoio porque não tem nome definido de quem vai ser candidato, mas eu converso com o Cristiano Matheus, com os vereadores como o Bel, o Moringa, o Nelson”, explicou.
Rixa em Atalaia
Em Atalaia, diante da possível disputa entre a prefeita Cecília e a vice Camyla, que romperam as relações em 2021, Renato Filho avalia que por conta do trabalho exercido pela atual gestão, não acredita haver nomes que possam causar medo à reeleição.
“Camyla e Cecília fizeram uma chapa conjunta, mas muitas vezes o pensamento vai para outros caminhos, então, essa rivalidade existe, mas não vejo dificuldade na reeleição da Cecília, porque ela conseguiu, mesmo com dificuldades, atender boa parte dos que as pessoas queriam”.
Para o prefeito, faltou diálogo, e a escolha pelo embate não ajuda. “Não houve traição, não. O que houve foi que o momento é de Cecília e a vice achou que é o momento dela. Acho que tem que haver um respeito, de cada um saber qual o seu lugar.”
“Eu, por exemplo, fui vice do Oziel Barros, mas eu entendi que era o vice-prefeito e não o prefeito da cidade. Nós tínhamos problemas e não eram poucos, mas eles ficavam no gabinete. Mas quando um começa a querer tomar o espaço do outro, aí começa a ter problemas”, completou.
Sucessão
Para seu sucessor, Renato Filho afirmou que há vários nomes que podem ser candidatos. Uma das especuladas é Fátima Oiticica, que foi procuradora municipal e é tia do atual prefeito.
“Não quero aqui nominá-los porque posso esquecer de alguém, mas nosso grupo tem vários nomes bons para dar continuidade”, disse.
Sobre uma possível disputa com o grupo de Sérgio Toledo apoiando a vereadora Thaís Canuto, que tem rivalizado com a atual gestão, Renato Filho, que é primo de Thaís inclusive, disse que seu trabalho na cidade se sobrepõe a todo esse cenário.
“Nem discuto essa questão porque é só colocar o que o prefeito Renato, com o grupo político da deputada Fátima, fez na cidade com aqueles que almejam se alçar candidato fizeram. Vai ser uma eleição em que vamos mostrar aquilo que fizemos e comparar”, argumentou.
Revelação
Renato revelou que, em 2020, nem queria ir para a reeleição, mesmo com a alta taxa de aprovação. “Eu passei por um momento muito difícil. Meus pais quase morreram na pandemia, os dois, ao mesmo tempo. Os dois entraram juntos no hospital e saíram juntos. Meu pai passou 15 dias na UTI, numa situação dificílima”.
O prefeito ainda disse que seu objetivo é finalizar com êxito sua gestão à frente do Pilar, com a entrega de obras que estão em andamento. “É deixar o município como modelo para o Brasil no que estamos propondo e fazendo”.