O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, defendeu nesta quarta-feira, 15, a aprovação da reforma tributária ainda neste ano, mas preferiu não fixar uma data para que o texto passe no Congresso Nacional. Ao participar de um seminário promovido pelo BTG Pactual, Lira admitiu que o tema “não é fácil” e disse que o país deve pensar em aprovar uma “reforma possível”.


“Não vamos fazer a reforma tributária que cada um tem na cabeça. Se ajustarmos alguns pontos, qualquer avanço nela será significativo”, afirmou o presidente da Câmara. “Discussão vai haver, dificuldade vai haver. Cada um tem a sua reforma tributária própria. Não é um tema fácil. Vamos tentar fazer a reforma tributária possível neste momento, passo a passo.”


Lira defendeu que o governo encaminhe ao Congresso um texto “moderado” sobre o tema. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje que o governo tem agido para reonerar barbaridades que foram cometidas pela gestão anterior, de forma a preparar o terreno para aprovar uma reforma tributária.  Ele participou do mesmo evento que Lira.


Para Haddad, um sistema tributário coerente reduziria a possibilidade de que políticos ajam para beneficiar setores específicos. "Como você não tem um sistema tributário coerente, ninguém vai notar um parafuso em um Frankenstein. É isso que está acontecendo no Brasil: você tem um monstrengo e vai colocando um parafuso, ninguém nota", disse.


Durante a sua fala, o ministro disse que os benefícios tributários concedidos pelo governo estão entre as principais causas de distorção do País. Ele acrescentou que a complexidade sistema tributário causa litigiosidade no País e anunciou que vai assinar hoje uma portaria para disciplinar a atuação dos auditores fiscais, de forma a garantir o funcionamento da livre concorrência no Brasil. "

Fonte - Extra