“O senador Renan Calheiros (MDB-AL) não deve integrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Ele informou ao líder de seu partido no Senado, Eduardo Braga (AM), e ao líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido- AP), que não postula participar da comissão.

Eduardo Braga ficou de discutir na bancada os nomes que irão então representar o MDB do Senado na CPMI. A bancada tem direito a duas vagas e o próprio líder é outro nome considerado favorito, mas está em dúvida se integra o colegiado.

O sucesso de Renan como relator da CPI Covid, no ano passado, fazia do senador como o nome favorito no partido para a vaga. Até por causa desse sucesso o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vinha defendendo junto ao governo que Renan não fosse escolhido. Os dois são inimigos figadais na política alagoana.

A coluna perguntou a Renan o motivo de seu desinteresse. Ele não quis se estender. Apenas comentou em tom irônico: “Já que estou sendo vetado pelo poderoso presidente da Câmara, preferi não criar problema e não postular nada.”

Na verdade, Renan avalia que a CPMI deveria ter sido criada logo após as invasões do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal pelos golpistas no dia 8 de janeiro. Agora a sua avaliação é de que a comissão perdeu o propósito, com o avanço das investigações pela Polícia Federal.

Pior: que servirá de palco para parlamentares bolsonaristas montarem cenas para levar à internet uma narrativa capaz de satisfazer aos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro.”
Fonte – Blog do Edivaldo Júnior