A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro recebeu nesta terça-feira (11), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, preso acusado de fraudar cartões de vacina e que, após investigação da Polícia Federal, teve conversas divulgadas em que apontam envolvimento com os atos golpistas.
Em perícia realizada pela PF no telefone celular de Mauro Cid mostrou trocas de mensagens entre ele e o ex-subchefe do Estado Maior do Exército Jean Lawand Júnior tratando de um golpe de estado, o que foi negado por Lawand na CPMI.
Primeiro autor do requerimento de convocação e primeiro membro a inquirir Mauro Cid, deputado Rafael Brito (MDB/AL) lamenta que o tenente coronel tenha ficado calado durante toda a reunião da comissão, não respondendo nenhuma das perguntas feitas pelos parlamentares.
“O que vimos hoje na CPMI foi um desrespeito, uma deturpação da liminar concedida pela ministra Carmen Lúcia, do STF, que determina que o depoente só não responda às perguntas que possam incriminá-lo, não foi isso que vimos hoje. Iremos denunciar a atitude ao STF. As pessoas precisam de respostas”, disse Rafael Brito.
Segundo o deputado, as perguntas que foram feitas ao ajudante de ordens do ex-presidente não iriam incriminá-lo, iriam ajudar a toda a sociedade encontrar os responsáveis por combinar, arquitetar e financiar a tentativa de golpe de estado.
“A CPMI não pode baixar a guarda, fica cada dia mais claro que houve uma tentativa de golpe, sim! A presença e o silêncio de Mauro Cid na CPMI são mais engrenagens nessa peça horrível para a nossa história. Fica a pergunta: As pessoas sabem que foi encontrado com o assessor direto do ex presidente um documento para ser implementado um golpe de estado no Brasil?
Mauro Cid está preso desde o início de maio e também é investigado em outros dois inquéritos que apuram o envolvimento dele nos atos golpistas de 8 de janeiro e no caso das joias recebidas pelo governo Bolsonaro da Arábia Saudita.