Lira também tentou tirar do ar uma reportagem feita pela Agência Pública em que ela faz as acusações
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conseguiu derrubar na Justiça a entrevista de sua ex-mulher, Julyenne Lins Rocha, que o acusa de violência doméstica e sexual, ao site Congresso em Foco. Uma decisão liminar do juiz Jayder Ramos de Araújo, da 10ª Vara Cível de Brasília, determinou que a matéria, publicada no último dia 25, fosse retirada do ar.
O parlamentar cobra indenização de R$ 100 mil por danos morais do UOL, provedor do portal, e de Julyenne. Antes da publicação, foi procurado, mas preferiu não se manifestar. Ele afirma que as alegações da ex-mulher já foram consideradas inverídicas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Lira também tentou tirar do ar uma reportagem feita pela Agência Pública em que ela faz as acusações, mas teve a liminar negada pelo juiz Luiz Carlos de Miranda, da 14ª Vara Cível de Brasília.
Segundo a reportagem, as agressões teriam ocorrido em novembro de 2006. Na época, Jullyene não registrou o abuso sexual, apenas as agressões: por cerca de 40 minutos, com tapas, chutes, pancadas e puxões pelos cabelos, conforme consta no inquérito policial obtido pela Pública.
"Ele me violentou, ele me violentou", repetiu diversas vezes à reportagem.
Jullyene argumentou que escondeu a violência sexual por vergonha da família e da sociedade, além de medo do deputado. Mas meses atrás ela decidiu revelar o segredo ao atual marido e expor publicamente por "não suportar mais" conviver com "essa dor".
"Eu aguentei isso esse tempo todo, eu guardei por 17 anos isso por conta dos meus filhos, por conta da minha família, a vergonha também, a gente se sente um lixo. Eu estou falando isso agora porque preciso tirar esse peso das minhas costas, não é para denegrir [sic] a imagem dele", destacou.