Milhares de alagoanos vêm sofrendo, e não é de hoje, com a ação das fortes chuvas. Cada vez mais pessoas são afetadas pelas enchentes que, ano após ano, ‘varrem’ cidades inteiras. E apesar de previsíveis, o que se fez até aqui não foi o bastante para conter a força das águas, o que só reforça a importância do debate em torno de soluções estruturantes para o problema.

Nesse sentido, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou, nesta terça-feira (11), que vai solicitar uma audiência com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, para requerer o desmembramento de projeto que trata da construção de barragens de contenção na região Nordeste, conferindo, assim, celeridade às obras que, em Alagoas, não avançaram. O objetivo é garantir, por meio de Medida Provisória, a liberação do recurso necessário para a construção das primeiras barragens em solo alagoano.

O anúncio foi feito durante encontro no Palácio República dos Palmares, em Maceió, com o governador de Alagoas, Paulo Dantas, e os ministros Renan Filho (Transportes), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), que concederam coletiva à imprensa e anunciaram uma ajuda humanitária emergencial às famílias atingidas pelas chuvas no estado.

“Não podemos conviver eternamente com medidas paliativas. São inúmeras vidas em jogo. Por isso é que irei me reunir com o presidente Lula e a equipe econômica do governo para sensibilizar a todos sobre a necessidade de avançarmos com o projeto para o qual o Ministério da Integração destinou, à época, nove milhões e meio de reais. Desta feita, defendemos a liberação de quinhentos milhões para a construção, inicialmente, de duas barragens nas bacias dos rios Mundaú e Paraíba”, explica o senador, lembrando que, em 2010, o presidente Lula liberou recursos da ordem de R$ 1 bilhão para, além de promover a recuperação econômica, assegurar as obras de reconstrução em meio às enchentes.

Ainda segundo o senador, as barragens também poderão ampliar a matriz energética, além de abastecer as cidades circunvizinhas, inclusive, com água potável.

“A ideia é otimizar um projeto que já existe, para que façamos o que já ocorreu em cidades do Rio de Janeiro, por exemplo. Somente dessa forma é que conseguiremos reduzir, significativamente, o risco de novas enchentes, evitando, assim, tragédias como a de 2010, quando trinta pessoas morreram e mais de 70 mil ficaram desabrigadas em Alagoas. Isso sem falar no trauma com a qual essas pessoas se veem obrigadas a conviver até hoje”, avalia Renan Calheiros. destacando a importância de o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contemplar tais reservatórios.