Os municípios alagoanos de Campo Grande, Belém e Jundiá estão entre as cidades brasileiras com uma peculiaridade demográfica: possuem mais eleitores do que habitantes. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Conforme o mais recente Censo, realizado pelo IBGE em 2022 e divulgado em 2023, Campo Grande abriga uma população de 8.142 habitantes, representando uma diminuição em relação aos 9.032 registrados no Censo de 2010. Entretanto, números fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral indicam que o município possui 9.017 eleitores aptos a votar.

Belém também reflete essa peculiaridade. O Censo aponta uma população de 4.722 residentes, enquanto a Justiça Eleitoral registra um total de 5.005 eleitores. Jundiá, por sua vez, possui 4.093 habitantes, de acordo com os dados do Censo, mas surpreendentemente conta com 4.535 eleitores, conforme os números fornecidos pelo TSE.

Esses três municípios não estão sozinhos nessa situação incomum. Cerca de 570 cidades em todo o país compartilham dessa disparidade, de acordo com levantamentos oficiais do TSE e do IBGE.

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL), a explicação para a diferença pode estar na resolução do TSE nº 23.659/2021, que estabelece que o domicílio eleitoral é definido com base em vínculos residenciais, afetivos, familiares, profissionais ou comunitários. Isso significa que os eleitores podem escolher votar em um local diferente de sua residência, desde que justifiquem a escolha por meio desses vínculos. Essa flexibilidade contribui para a disparidade entre eleitores e habitantes em algumas localidades.
Fonte – Extra