A oposição vai protocolar um pedido de impeachment do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, por conta de agendas de Luciane Farias, mulher de líder do Comando Vermelho (CV), no ministério. Conhecida como “Dama do Tráfico” do Amazonas, Luciane foi recebida por dois diretores e dois secretários do ministério.
Ela foi condenada por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa e responde em liberdade. Já seu marido, Clemilson Farias, o Tio Patinhas, cumpre sentença de 31 anos de prisão.
“Não é uma suspeita. É um fato. A primeira-dama do tráfico foi recebida no Ministério da Justiça. Isso reforça a suspeita que sempre tivemos de que é impossível entrar na Maré, da forma como Dino entrou, sem um acerto com o tráfico de drogas”, afirma o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy.
A dúvida de opositores do governo é se o novo pedido de afastamento será feito antes ou depois da convocação de Dino para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional.
Uma parte sustenta que, antes de o pedido ser protocolado, o ministro tem que ser ouvido. Outra, que a tomada do depoimento seria “perda de tempo”.
Após a revelação da reuniões, Dino afirmou que não sabia que Luciane Farias havia sido recebido na pasta:
“Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa, ou esposa, ou parente, ou vizinho. De modo absurdo, simplesmente inventam a minha presença em uma audiência que NÃO SE REALIZOU em meu gabinete”, escreveu em rede social.
À tarde, Dino determinou que o secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, explicasse sozinho à imprensa a visita de Luciane Farias no ministério.
“Quero lamentar esse episódio. Se teve algum erro, esse erro foi da minha parte, de não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que vou receber, procedimento que provavelmente a gente deve adotar daqui em diante”, explicou Elias, em coletiva.
/Agências