Uma reunião definiu uma reviravolta no cenário político da CBF. Ednaldo Rodrigues aceitou ser vice-presidente na chapa que será encabeçada pelo alagoano Gustavo Feijó na eleição que deve acontecer em janeiro de 2024. Alguns clubes e membros de outras federações se dizem traídos com o movimento de Ednaldo em relação ao discurso que ele mesmo tinha até então. Parte desses presidentes de times, inclusive, articulam para que Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista, lance uma candidatura. Eles indicam que o cartola teria o apoio de 30 dos 40 clubes que estão nas duas primeiras divisões do futebol brasileiro.
Além disso, a aliança marca uma reviravolta nas relações entre políticos na entidade. Em março de 2022, Feijó tentou impedir a eleição de Ednaldo a todo custo, inclusive com ações na Justiça. Na época, a atitude chamou a atenção porque Ednaldo e Feijó eram considerados aliados. Desde então, eles romperam relações. A paz foi novamente selada hoje em uma reunião que ainda moveu outras peças no tabuleiro.
Antes do encontro, Flávio Zveiter tinha o apoio de Feijó para se lançar como candidato. Enquanto isso, Ednaldo se lançaria com o apoio de Reinaldo Carneiro Bastos, que acreditava ter ao seu lado todos os clubes que têm poder de voto, os de Série A e B, com exceção do Flamengo. Esse número deve cair com a saída de Ednaldo, com a retirada de apoio de times como Vitória, Bahia e Paysandu, mas não de forma tão brusca.
Flávio Zveiter presidiu o STJD entre 2012 e 2014. Em 2017 foi indicado pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) para representar a América do Sul no Comitê de Ética da Fifa.
Em setembro de 2022, Zveiter assumiu como diretor de desenvolvimento e projetos da CBF, deixando o cargo em maio de 2023. Desde então passou a ser oposição a Ednaldo Rodrigues no xadrez político do futebol.
Feijó teve seu nome citado no relatório final da CPI do Futebol em 2015. Na ocasião, o texto disse que a CBF havia abastecido a campanha dele para a prefeitura de Boca da Mata, em 2012, com a prática do chamado caixa 2, sem que o aporte tivesse sido divulgado na lista de doações, fato obrigatório segundo a Justiça Eleitoral.
Por decisão do Tribunal de Justiça do Rio, Ednaldo Rodrigues foi afastado do cargo em 7 de dezembro e uma nova eleição terá que ser marcada até 25 de janeiro de 2024. O atual presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz de Jesus, comanda interinamente a confederação.
Fonte Tribuna Independente