As denúncias envolvendo o ex-prefeito e atual secretário geral do município de Ibateguara, Manoel Geraertes Alves Cruz, conhecido como Geo Cruz, em crime de abuso sexual contra servidoras do município e a ameaça pública que este fez em discurso contra a denunciante dos casos foram enviadas para órgãos na esfera estadual e federal.


Géo Cruz é acusado por Fernanda Paula Rodrigues, que tem mandato eletivo de vereadora em outro município, em crimes de assédio, abusos sexuais e uso de cargo de confiança para coerção das vítimas, cujo número no processo original era de 40 mulheres prestadoras de serviço da prefeitura, algumas em cargos de gestão do Município. 

O caso está em investigação e sob sigilo no Ministério Público de Alagoas (MPAL) desde o ano passado. A denúncia foi originalmente entregue ao Ministério Público Federal (MPF), que declinou da competência e encaminhou o caso ao MP Estadual.

O processo informa que, sob ameaças de retaliação salarial ou perda de benefícios, as vítimas teriam sido coagidas a suportar repetidos e contínuos abusos por parte de Geo Cruz. O acusado é a figura política que comanda o município de Ibateguara, mesmo sem mandato eletivo para tanto, uma vez que a governabilidade do município que deveria ser da prefeita “Néa do Geo” acaba ficando inteiramente nas mãos dele.

Com a expansão do teor da denúncia contra Geo Cruz, o caso passa ao conhecimento do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Conselho Estadual de Segurança Pública, Ordem dos Advogados do Brasil (Comissão Especial da Mulher), Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos e Núcleo de Defesa da Mulher do Ministério Público de Alagoas. 

O advogado da denunciante, Thiago Sarmento, informa que o objetivo ao levar a denúncia para outros órgãos é de ampliar possibilidades para que seja realizada uma investigação minuciosa sobre os fatos apresentados.

“A busca pela verdade e a promoção da justiça são de extrema importância para garantir a segurança e os direitos das vítimas envolvidas. O poder público estadual supostamente em muito negligenciou outras denúncias direcionadas ao denunciado [Geo Cruz], prevaricando ao deixar de fazer ato que deveria ter feito de ofício, qual seja de investigar qualquer mínima evidência que poderia levar ao afastamento do agente público”, diz.

As denúncias contra Geo Cruz foram divulgadas pelo EXTRA, ganhando repercussão na mídia e entre os habitantes de Ibateguara. “O abusador começou sua represália quase que imediatamente! Buscou junto de seus padrinhos políticos a imediata proteção para suas ações aterrorizantes”, informa a denunciante.
Fonte – Extra