Á medida que o tempo passa e se aproxima 6 de outubro, data das eleições para prefeito e vereador deste ano, aumenta a possiblidade de recondução dos atuais detentores de mandato, tanto no Executivo quanto no Legislativo.

Na estrutura administrativa que se tem aqui no Brasil somente um prefeito ou governador com péssima gestão deixa de ser reeleito ou de ser decisivo para ajudar a se eleger aquele a quem apoia.

Há quem diga, inclusive, que o titular de cargo no Executivo entra na campanha com um mínimo de 30% de chances de reeleição.

No Legislativo, quem ocupa cargo na mesa diretora – principalmente o presidente – dificilmente deixa de renovar o mandato na eleição seguinte.

E mesmo quem é “apenas” deputado ou vereador tem à sua disposição verbas generosas para distribuir ao seu bel prazer com instituições de toda espécie.

Sem contar os recursos para manutenção de gabinete que lhes permite gastar de várias formas.

Como essa estrutura converge em torno da reeleição dos próprios parlamentares e em toda legislatura eles se concedem mais vantagens do tipo “penduricalhos”, fica cada vez mais difícil haver renovação na política.

Há, naturalmente, a cada eleição espaço para as eventuais exceções – nem sempre honrosas.

E os notórios casos das “capitanias hereditárias”, em que políticos da mesma família se sucedem na obtenção de um mandato.

Por Flávio Gomes de Barros