Em 2024, a Câmara dos Deputados desembolsou R$ 219 milhões em cota parlamentar, de acordo com um levantamento do Congresso em Foco. O recurso, destinado a cobrir despesas como aluguel de escritórios, passagens aéreas, combustível e alimentação, apresentou discrepâncias significativas nos gastos entre parlamentares.
Em Alagoas, o delegado Fábio Costa (PP) foi o deputado que mais utilizou o benefício, totalizando R$ 517.015,96. Por outro lado, Isnaldo Bulhões (MDB) registrou o menor gasto entre os representantes alagoanos, com R$ 353.561,96.
A nível nacional, as diferenças são ainda mais marcantes. O deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) teve um gasto mínimo de apenas R$ 14 mil, enquanto Átila Lins (PSD-AM) liderou o ranking, acumulando mais de R$ 600 mil em despesas.
Entre os dez parlamentares que mais utilizaram a cota, quatro são filiados ao PL, seguidos por membros do Republicanos, PSD, União, PP, PDT e PSDB.
A partir de 2025, os deputados poderão utilizar a cota também para custear despacho de bagagens e serviços de internet em voos. A ampliação foi aprovada pela Mesa Diretora da Câmara e publicada no final de dezembro, gerando polêmica por ocorrer em meio à eleição para a presidência da Casa.
Hugo Motta (Republicanos-PB), apoiado pelo atual presidente Arthur Lira (PP-AL), é o favorito para o pleito. A situação lembra o cenário de 2023, quando Lira buscava a reeleição e autorizou benefícios aos parlamentares que somaram R$ 70 milhões, incluindo aumentos salariais, reajustes no teto de gastos com combustível e acréscimos no auxílio-moradia.
A medida tem provocado debates sobre o uso dos recursos públicos e a necessidade de maior fiscalização sobre os gastos parlamentares.