A nomeação de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara dos Deputados, para o comando de um ministério em 2025 tem gerado divisões dentro do governo e entre aliados. Enquanto alguns parlamentares petistas mais alinhados com as origens do partido veem a possível nomeação com cautela, temendo que isso prejudique a relação com os eleitores de Lula e do PT, outros consideram que a inclusão de Lira no governo seria uma estratégia decisiva para solidificar a base do Executivo no Congresso Nacional.
Líderes do Partido Progressista (PP), partido de Lira, já indicaram a intenção de ampliar sua presença na Esplanada dos Ministérios em 2025. O PP, que atualmente ocupa o Ministério do Esporte com André Fufuca, tem pressionado por mais espaços. Entre as pastas visadas pelo partido estão a Saúde e a Agricultura. O Ministério da Saúde, tradicionalmente cobiçado pelo Centrão, é um dos alvos prioritários, especialmente após críticas à gestão de Nísia Trindade, atual ministra da Saúde, que não tem sido bem avaliada pelo governo.
A disputa pela Agricultura, por outro lado, é mais complexa. O ministério está sob a liderança de Carlos Fávaro (PSD-MT), que tem se destacado como aliado importante de Lula, tanto no Executivo quanto no Senado. Fávaro possui forte apoio no governo e tem sido frequentemente elogiado por sua atuação política. Além disso, sua posição no PSD, partido de Gilberto Kassab, complica qualquer movimentação em direção à substituição dele.
A decisão sobre essas nomeações deve ser tomada após as eleições no Legislativo, previstas para fevereiro, quando Lira deixa a presidência da Câmara. A tensão em torno do fortalecimento do Centrão no governo indica que a construção de uma base mais ampla e coesa no Congresso será um tema central nas negociações do governo em 2025.