O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados vão se encontrar presencialmente, nesta segunda (10 no STF (Supremo Tribunal Federal), nos interrogatórios da ação penal sobre a trama golpista para mantê-lo no poder.

Eles formaram a cúpula de seu governo que são alvos de ação penal sobre a trama golpista para manter Bolsonaro no poder.

As sessões, marcadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, seguem até sexta-feira. Os acusados comparecerão pessoalmente e serão interrogados na sala de sessões da Primeira Turma do STF, que foi preparada para funcionar como um tribunal do júri.

O STF adotou medidas de segurança semelhantes às do recebimento da denúncia, em março, com maior fiscalização no acesso e monitoramento contínuo. Os interrogatórios ocorrerão em um prédio anexo ao tribunal, localizado na Praça dos Três Poderes, e serão transmitidos pela TV Justiça.

Ordem

O primeiro a prestar depoimento será Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada, mas mesmo assim foi incluído na denúncia. Os ministros avaliarão a utilidade das informações fornecidas por ele para decidir sobre os benefícios da colaboração. Sua delação tem sido alvo de questionamentos pelas defesas dos outros réus.

Por determinação legal, o delator deve ser ouvido antes dos demais, garantindo que os outros acusados tenham conhecimento prévio das acusações. Os demais réus deporão em ordem alfabética e terão o direito de permanecer em silêncio para não se autoincriminarem.

O interrogatório será conduzido inicialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, seguido pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pelas defesas, sem limite de tempo estipulado.

Os réus ficarão sentados em ordem alfabética, o que colocará Jair Bolsonaro ao lado de Mauro Cid e do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

O único que não estará presente fisicamente será Braga Netto, que permanece preso no Rio de Janeiro e acompanhará o processo virtualmente. Ele será o último a depor. Os réus são obrigados a assistir às sessões até prestarem seus depoimentos, mas depois podem solicitar dispensa.

Confira a ordem dos interrogatórios:

  1. Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência e delator);
  2. Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência);
  3. Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
  4. Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
  5. Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  6. Jair Bolsonaro (ex-presidente da República);
  7. Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  8. Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil).

O ministro Alexandre de Moraes permitiu apenas que os acusados se cumprimentem, mas proibiu qualquer conversa entre eles. Essa é uma das medidas impostas durante a investigação sobre a suposta tentativa de golpe.