Por Jornal de Alagoas

 O senador Renan Calheiros (MDB-AL) pretende aprovar até novembro, no plenário do Senado, o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Designado como relator da proposta após votação unânime na Câmara no início de outubro, Renan avalia desmembrar o texto e promover apenas alterações redacionais para evitar que o projeto precise retornar à Câmara dos Deputados.


"Faremos supressões de pontos sem compensação orçamentária, que ferem a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas vamos evitar mudanças de mérito para que a proposta vá direto à sanção", explicou o senador nesta quarta-feira (8).

A movimentação de Renan também tem um componente político: ele tenta minimizar o protagonismo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), seu adversário em Alagoas e relator da proposta na Câmara. Segundo Renan, a tramitação do projeto foi marcada por lentidão e articulações para incluir outros interesses legislativos na pauta.

"Denunciamos que o projeto do governo havia sido sequestrado. Queriam usar a proposta como moeda de troca para aprovar a PEC da Blindagem e a anistia partidária. O Senado não podia aceitar esse tipo de chantagem legislativa", afirmou.

Enquanto o texto estava parado na Câmara, Renan resgatou uma proposta do senador Eduardo Braga (MDB-AM), com conteúdo semelhante, e a pautou no Senado. O movimento pressionou os deputados, que retomaram a tramitação do projeto enviado pelo Executivo.

A proposta prevê isenção total do IR para quem ganha até R$ 5 mil e descontos progressivos até o teto de R$ 7.350. O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), escolheu Renan como relator no Senado e elogiou sua experiência e capacidade de articulação.

"Foi uma escolha institucional. O senador Renan foi fundamental para acelerar a tramitação e garantir a entrega dessa pauta tão importante à população", justificou Alcolumbre, em crítica velada à demora da Câmara dos Deputados.